Foto: Mohammed AL-RIFAI / AFP/
Em um cenário de devastação, as equipes de resgate na Turquia e no norte da Síria prosseguiam nesta terça-feira (7) em sua luta contra o tempo e o frio para encontrar sobreviventes entre os escombros após o terremoto desse domingo que matou mais de 5 mil pessoas.
Na Turquia, o número de mortos subiu para 3.419, com 20.534 feridos, anunciou o vice-presidente Fuat Oktay.
Na Síria,1.602pessoas faleceram e 3.640 ficaram feridas, de acordo com os balanços das autoridades de Damasco e das equipes de resgate nas zonas rebeldes.
Com base nos mapas da região afetada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que “23 milhões de pessoas estão expostas às consequências do terremoto, incluindo cinco milhões de pessoas vulneráveis”.
“A OMS está ciente da forte capacidade de resposta da Turquia e considera que as principais necessidades não atendidas podem estar na Síria, no imediato e a médio prazo”, afirmou a diretora da OMS Adelheid Marschang ao conselho executivo da agência da ONU.
O secretário-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou para a a urgência da situação. “Agora é uma corrida contra o tempo. A cada minuto que passa, a cada hora que passa, diminuem as chances de encontrar sobreviventes”.
Em vários momentos sem ferramentas, os bombeiros prosseguiram com a dramática busca por sobreviventes durante a noite, desafiando o frio, a chuva ou a neve, assim como o risco de novos desabamentos. Em Hatay, sul da Turquia, as equipes de emergência resgataram com vida uma menina de 7 anos que estava bloqueada sob uma montanha de escombros. “Onde está minha mãe?”, perguntou a criança, com um pijama de cor rosa manchado pela poeira, no colo de um socorrista.
<span;>As condições meteorológicas na região de Anatolia dificultam os trabalhos de resgate e prejudicam as perspectivas dos sobreviventes, que se aquecem em tendas ou em fogueiras improvisadas.
Ajuda internacional
A ajuda internacional para a Turquia deve começar a chegar nesta terça-feira, com as primeiras equipes de socorristas procedentes da França e Catar. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu ao colega turco Recep Tayyip Erdogan “toda a ajuda necessária”.
A equipe francesa deve seguir para Kahramanmaras, epicentro do terremoto, uma região de acesso difícil e que sofre com a neve. Duas equipes americanas com 79 socorristas cada devem seguir para a região, informou a Casa Branca.
A China anunciou o envio de uma ajuda de 6,9 milhões de dólares, que incluirá equipes especializadas em resgates em áreas urbanas, equipamentos médicos e material de emergência. Erdogan anunciou que 45 países ofereceram ajuda. O pedido de ajuda do governo da Síria recebeu resposta da aliada Rússia, que prometeu enviar equipes de emergência nas próximas horas. E 300 militares russos que já estavam na região ajudam nos resgates.